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Mensagem do Presidente da Liga dos Combatentes, General Chito Rodrigues, no dia 09 de abril de 2018, por ocasião da Cerimónia dos Núcleos de Evocação do Centenário da Batalha de La Lys


LA LYS UMA MEMÓRIA COM CEM ANOS - Nós, combatentes do ultramar e das operações de paz, devemos ser, e somos, os primeiros portugueses a compreender o sacrifício e valor daqueles que se bateram durante a Grande Guerra em África e na Flandres. Ao pronunciarmos a expressão La Lys evidenciamos respeito e profunda homenagem ao sacrifício de um povo e dos seus soldados. A coragem e a determinação de uma juventude que, ao serviço das Forças Armadas portuguesas, se bateu em África e na Europa, num conflito que a História designaria por Grande Guerra.


A Batalha de La Lys pode ser considerada como um ex-líbris do combatente português do século XX e XXI. O Dia 9 de Abril de 1918 originou a inspiração que conduziria à sua evocação como Dia do Combatente. Por isso vos envio esta mensagem a qual nos ajudará a, em conjunto, em todos os lugares onde houver um Núcleo da Liga dos Combatentes, em Portugal e no estrangeiro, evocarmos esse acontecimento histórico, com um profundo sentimento de respeito pelos momentos difíceis passados por combatentes de então e suas famílias.

Marcar a evocação do centenário da Batalha de La Lys com uma cerimónia de homenagem é contribuir para a garantia da perenidade desse momento singularmente doloroso e heroico da História de Portugal.

Doloroso porque nele se misturou a morte de uns e o sacrifício e abandono de outros. Heroico porque o soldado português demonstrou ter ultrapassado as extraordinariamente difíceis condições de terreno, inimigo e de meios próprios, com que foi confrontado. Com a sua atuação, participando numa derrota tática aliada a que se seguiu uma vitória estratégica final, contribuiu, em termos nacionais, para a consolidação da República, a manutenção dos territórios coloniais e beneficiou das vantagens dos vitoriosos.

Em todos os momentos do conflito sobressaiu o Homem. O Homem Soldado. O Homem sacrificado.

Parece-nos, pois, correto apresentar o Homem Combatente como o tema e figura central do conjunto de ações que assinalam o centenário da Batalha de La Lys entre as quais as de hoje, 9 de Abril de 2018. Não obstante na Grande Guerra terem surgido pela primeira vez equipamentos em Terra, no Ar e no Mar, como o carro de combate, a metralhadora, o avião e o submarino, armas sofisticadas do séc XX e XXI, o que marca de facto a Grande Guerra é o emprego de massas humanas organizadas militarmente para o combate e a forma como conscientemente se aceitou o sacrifício total de milhões de Homens.

Hoje, cem anos depois, a evolução do pensamento político-militar, pela incorporação das experiências da I e II Guerras Mundiais e o evoluir da tecnologia, evidencia um grande apreço pelos direitos humanos e procura, sempre que entende necessário o emprego da força, fazê-lo com a garantia do número mínimo de baixas humanas. Há décadas que a Liga dos Combatentes, com a presença das mais altas individualidades do Estado e das Forças Armadas, evoca o dia 9 de Abril de 1918, em cerimónias nacionais, em Richebourg e La Couture (França) e no Mosteiro da Batalha, junto ao túmulo do soldado desconhecido, homenageando os combatentes da Grande Guerra. Promove pelo mesmo motivo, cerimónias locais nos cento e dezasseis Núcleos espalhados pelo país e pelo estrangeiro. Igualmente há décadas que sucede o mesmo a 11 de novembro evocando o Dia do Armistício.

A Liga dos Combatentes nascida precisamente após o final da Grande Guerra com os objetivos de promoção dos Valores superiores do país e a prática da solidariedade para com os combatentes, famílias e órfãos da Grande Guerra e que hoje continua lutando pelos mesmos patrióticos objetivos, relativamente aos combatentes da guerra do ultramar e das operações de paz e humanitárias, agradece à população local e aos seus dirigentes,  o terem acedido a participar na evocação do centenário da Batalha de La Lys .

Valioso contributo para que a memória dos portugueses continue a mantê-los vivos.

O Presidente da Liga dos Combatentes
General Joaquim Chito Rodrigues